"O verdadeiro homem quer duas coisas: perigo e jogo. Por isso quer a mulher: o jogo mais perigoso."
Friedrich Nietzsche
Muitas crenças
que existem, ou que já existiram, colocam a mulher sempre em segundo plano,
sempre a tratando como um objeto de posse ou sendo a responsável pelos nossos
problemas. A origem disso não está tão distante da nossa capacidade de raciocínio
(eu acho). Utilizar-me-ei de algumas dessas crenças, que se apresentam em forma de histórias/contos/mitos/lendas
(chame como julgar mais apropriado), pois acredito que estas contribuirão nessa
pequenina reflexão. Vamos pensar um pouco.
As Eras do homem são descritas por Hesíodo,
em sua obra Os Trabalhos e os Dias.
Segundo ele, a raça humana, depois de criada, teria passado por cinco eras ou
idades. A primeira, chamada Era de Ouro,
ocorreu durante o governo de Cronos (divindade suprema da segunda geração dos
deuses gregos). A paz e a harmonia predominaram durante esta era, onde os
humanos não envelheciam e morriam pacificamente. A primavera era eterna e os
homens eram alimentados com bolotas de um grande carvalho, com frutas
silvestres e mel que gotejava das árvores. E por aí vai...
O
acontecimento que marca o final dessa era é a famosa lenda da Caixa de Pandora. Tudo começou quando
Prometeu (Titã defensor da humanidade) entrou escondido na casa de Zeus para
pegar o fogo, que anteriormente havia sido retirado dos homens. Ao ficar
sabendo da heresia de Prometeu, Zeus deixou-o amarrado em uma rocha durante
toda a eternidade enquanto uma grande águia comia, durante todo o dia, o seu
fígado - que crescia novamente no dia seguinte (isso é o que chamo de castigo).
Mas não foi só isso. O pior ainda estaria por vir.
Em seu maior
momento de fúria, Zeus decide criar a pior punição de todas para o homem: a
mulher (um fato comprovado cientificamente nos dias de hoje. Ok, brincadeira, vamos
voltar à história). Não bastando isso tudo, o sacana de Zeus ainda coloca uma
caixa nas mãos da sua mais nova criação dizendo: “Não abra!” Olha que
sacanagem! Imagina você passar toda sua vida segurando uma maldita caixa sem
poder abrir! O que aconteceu no final da história? Óbvio, Pandora abriu a
porcaria da caixa e de lá surgiram todos os males da humanidade.
Com o
cristianismo, também não foi diferente. A mulher caiu facilmente no conto da
cobra, ao provar o fruto que foi proibido pessoalmente por Deus. De todo Éden,
a única coisa que ela não podia provar era aquela maldita maçã. O que ela faz?
Come a maçã. Não bastando, convence o homem a experimentar, levando-o junto
para a perdição. Ou seja, a mulher é responsável por estragar os planos de
Deus; pelos sofrimentos que temos nessa vida, devido às punições de Deus ao
expulsá-los do paraíso; e ao fato de já nascermos pecadores, e termos que
batalhar muito nessa vida para encontrarmos a salvação, a qual não somos mais
dignos.
A mitologia
que envolve o velho testamento, em especial a história do paraíso, coloca a
mulher que nada é senão a ponte entre três figuras masculinas: Deus, o diabo e
o homem. A “árvore do conhecimento” é proibida aos mortais, pois o
conhecimento, sabemos, é divino. Mas Eva nunca acreditou nisso. Jamais levou
Deus a sério. Não foi difícil para o demônio, em forma de serpente,
conquistá-la para tentar comer o fruto que identificava a única proibição do Jardim
do Éden.
Pelos
exemplos acima (poderia citar vários outros, mas o intuito é sempre escrever
pouco, tendo em vista que geralmente os leitores preferem textos mais curtos,
pelo menos é o meu caso), podemos notar que o comportamento humano (ethos) tem uma influência bastante considerável
das religiões e crenças em geral. Estando a submissão da mulher embrenhada nelas,
não é difícil entender uma sociedade machista como a nossa e é
quase impossível imaginar uma mudança nesse aspecto, tendo em vista que é quase
impossível imaginar uma sociedade sem religião.
Há quem diga também (meu orientador, por exemplo) que o mito não é a origem de uma sociedade machista, mas só o reflexo dela. Ou seja, o mito sempre é posterior, vem depois que as coisas já estão andando. A questão do machismo, mesmo na natureza, seria uma questão física mesmo. O macho geralmente é mais forte que a fêmea. Portanto, machismo é resultado disso, do macho humano ser fisicamente mais forte. Evoluímos dos primatas, aprendemos etiqueta, a vestir-se corretamente, porém os traços do "mais forte manda" permanecem de algumas formas.
Há quem diga também (meu orientador, por exemplo) que o mito não é a origem de uma sociedade machista, mas só o reflexo dela. Ou seja, o mito sempre é posterior, vem depois que as coisas já estão andando. A questão do machismo, mesmo na natureza, seria uma questão física mesmo. O macho geralmente é mais forte que a fêmea. Portanto, machismo é resultado disso, do macho humano ser fisicamente mais forte. Evoluímos dos primatas, aprendemos etiqueta, a vestir-se corretamente, porém os traços do "mais forte manda" permanecem de algumas formas.
Por fim: qual a
conclusão que podemos chegar analisando isso tudo? Cada um que tire a sua. Comente essa postagem de maneira anárquico-democrática que tudo estará bem...