segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Brincadeira (também é nome de música)


Seu Artista: Raul Seixas
Você é um homem ou mulher: Um messias indeciso
Descreva-se: O dorminhoco
Descreva o local onde você vive atualmente: Triste mundo
Se você pudesse ir a qualquer lugar, onde você iria? Sociedade alternativa
Sua forma de transporte preferido: De cabeça pra baixo
Você e seu (sua) melhor amigo(a) são: A geração da luz
Hora do dia favorita: A hora do trem passar
Se sua vida fosse um programa de TV, como seria chamado?  Conversa pra boi dormir
O que é vida para você: Paranóia
Você sorri: Só pra variar
Você chora: No fundo do quintal da escola
Seu medo: As profecias
Seu relacionamento: Quando acabar o maluco sou eu
Qual é o melhor conselho que você tem que dar: Me deixe em paz
Pensamento do Dia: Tente outra vez
Meu Lema: Dá-lhe que dá

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Por que o coelho não bota ovo?


"Bota na conta do Papa"
Capitão Nascimento

Muito antes de ser considerada a festa da ressurreição de Cristo, a Páscoa anunciava o fim do inverno e a chegada da primavera. A Páscoa sempre representou a passagem de um tempo de trevas para outro de luzes, isto muito antes de ser considerada uma das principais festas da cristandade. A palavra “páscoa” – do hebreu “peschad”, em grego “paskha” e latim “pache” - significa “passagem”, uma transição anunciada pelo equinócio de primavera, que no hemisfério norte ocorre a 20 ou 21 de março e, no sul, em 22 ou 23 de setembro.

A páscoa judaica é o nome do sacríficio executado em 14 de Nissan, primeiro mês do calendário judaico (sim, existe outras formas de contagem do tempo. Só a título de informação, estamos no ano de 5773 pelo calendário judaico. Mas isso é outra história) e que precede a Festa dos Pães Ázimos (tipo de pão assado sem fermento, feito somente de farinha de trigo e água). De acordo com a tradição judaico-cristã, o pão ázimo foi feito pelos israelitas antes da fuga do Antigo Egito, por que não houve tempo para esperar até a massa fermentar. Uma lástima.

Continuando, a "Páscoa Judaica” se originou quando os hebreus, há cerca de 3 mil anos, celebraram o êxodo e libertação do seu povo, após 400 anos de cativeiro no Egito, pela mão de Moisés. Comemoravam assim a passagem da escravidão para a libertação: saíram do solo egípcio, ficaram 40 anos no deserto até chegar à região da Palestina, terra prometida, mais precisamente Canaã, atualmente chamada de Israel.

Permita-me uma observação. Esse número 40 aparece toda hora: As águas (nos dias de Noé) cairam por 40 dias e noites (Gênesis 7:4); Israel comeu o maná durante 40 anos (Êxodo 16:35); Moisés esteve com Deus no monte, 40 dias e 40 noites (Êxodo 24:18); Moisés esteve de novo com Deus, 40 dias e 40 noites (Êxodo 34:28) e por aí vai... Aliás, o chamado período quaresmal se estende por quantos dias mesmo? Adiante.

A festa cristã da Páscoa tem origem na festa judaica, mas tem um significado diferente. Enquanto para o Judaísmo, Pessach representa a libertação do povo de Israel no Egito, no Cristianismo a Páscoa representa a morte e ressurreição de Jesus (que supostamente aconteceu na Pessach) e de que a Páscoa Judaica é considerada prefiguração, pois em ambos os casos se celebra uma “libertação do povo de Deus”, a sua passagem da escravidão (do Egito/do pecado) para a liberdade.

De fato, para entender o significado da Páscoa cristã, é necessário voltar para a Idade Média e lembrar dos antigos povos pagãos europeus que, nesta época do ano, homenageavam Ostera, que é a deusa da fertilidade e do renascimento na mitologia anglo-saxã, na mitologia nórdica e mitologia germânica. Na primavera, lebres e ovos coloridos eram os símbolos da fertilidade e renovação à ela associados (lebres e ovos. Hummm....). De seus cultos pagãos originou-se a Páscoa (Easter, em inglês e Ostern em alemão), que foi absorvida e misturada pelas comemorações judaico-cristãs.

Estes antigos povos pagãos comemoravam a chegada da primavera decorando ovos. O próprio costume de decorá-los para dar de presente na Páscoa surgiu na Inglaterra, no século X, durante o reinado de Eduardo I (900-924), o qual tinha o hábito de banhar ovos em ouro e ofertá-los para os seus amigos e aliados. Posteriormente, a igreja católica acabou por substituir às festividades pagãs de Ostara pela Páscoa, não sem absorver muitos de seus costumes, inclusive os ovos e o coelhinho da Páscoa.

No final das contas, a páscoa é mais um rito de povos antigos e pagãos, assimilado pela Igreja Cristã de modo a impor sua influência. Substituindo venerações à natureza (como no caso da Lua ou do Equinócio, tipicamente pagãs) por uma outra figura da mitologia, tomando os siginificados do judaísmo, os símbolos celtas e fenícios, remodelando mediante os Evangelhos e dando uma decoração final, criou-se um ritual de originalidade ímpar, e que tão cedo não desaparecerá. Viva os ovos de chocolate!


Feliz Páscoa!